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01 janeiro 2008

Ano novo? O que há de novo?


Ano novo? O que há de novo?
Dr. Frei Antônio Moser
Assessor da CNBB para assuntos de Bioética



Mais um página da Folhinha do Sagrado Coração de Jesus é arrancada, mais uma nova é lida. Uma é a última; a outra é a primeira. Assim é a passagem do dia 31 de dezembro para o dia 1 de janeiro, de 2007 para 2008. É bem verdade que, sobretudo no passado, as passagens eram mais cheias de emoções. É também verdade que ainda há muita gente soltando fogos de artifício e bebendo um pouco mais do que de costume. Ainda é verdade que todos procuram desejar “ feliz ano novo” para as pessoas que encontram neste período. Mas... como escrevia um poeta há muitas décadas: “ não sei se mudou o Natal ou mudei eu”. O fato é que algo mudou e está mudando. Vamos ver um pouco mais de perto sinais de mudança.

Um primeiro sinal de mudança encontra-se nos meios de comunicação. Como eles mesmos mudaram. Lá se foi o tempo do radiozinho de pilha, lá se foi o tempo da velha televisão. Agora tudo está interligado, porque tudo é digitalizado. Isto significa, concretamente, que eu não apenas “assisto” a TV, escolhendo o canal de minha preferência, mas eu posso intervir, lançando emails e até mesmo imagens, com comentários meus. Eu posso fazer o meu programa. Ora, isto representa uma mudança muito profunda, no sentido que a absoluta maioria da população brasileira já se encontra “conectada”. Claro que sempre há um certo número de pessoas que dão as “coordenadas”.

Mas... qualquer um já não é mais qualquer um. Acabou-se o tempo dos poucos que sabiam tudo e de tudo. Agora, de uma maneira ou de outra, todo mundo sabe de tudo e um pouco de tudo. Isto representa uma verdadeira revolução. Nem sempre para o bem, mas sempre uma revolução. Revolução na maneira de pensar, de se vestir, de falar, de se comunicar. Portanto também mudança na maneira de ser.

Um segundo sinal de mudança diz respeito às convicções religiosas e os comportamentos dali decorrentes. Há cinqüenta anos atrás, até os mais preguiçosos e os maiores pagãos, não deixavam de ir à missa do galo. Agora não vão mais nem se for anunciada alguma missa da galinha. É verdade que um certo sentimentalismo religioso encontra-se em alta. Mas é sentimentalismo mesmo, que não se traduz em práticas. Ademais, é um sentimentalismo intimista, que não vem partilhado com os irmãos e irmãs da mesma fé, porque, efetivamente não se trata da mesma fé em Jesus Cristo. Trata-se de um vago sentimento religioso, e ponto. É diante deste quadro que voltamos à pergunta: o que mudou? Mudou nosso modo de nos relacionarmos com Deus e com os irmãos e irmãs. E não se iludam com as chamadas igrejas evangélicas. Elas logo começarão a sentir o que nós católicos sentimos hoje: um vazio muito grande.

Um terceiro sinal de mudança aponta exatamente para o sentido do tempo. Não é ilusão, não, mas tudo hoje é veloz. Velocidade é a palavra que melhor traduz o momento que vivemos. Velocidade dos aviões, dos carros, e sobretudo dos meios de comunicação: com um toque, num segundo, eu posso estar me comunicando com qualquer parte do mundo. Isto é fascinante, mas ao mesmo tempo assusta um pouco: é que também nossas convicções mais profundas tendem a mudar rapidamente.

Em outras palavras: deixamos de ter convicções profundas. Diante de tudo isto, vemos que a questão não se encontra no ano velho ou no ano novo. As pagelas da folhinha do Sagrado Coração continuam e continuarão sendo arrancadas e lidas. Mas a questão se encontra em nós mesmos: buscamos um sentido de vida que antes é um dado, e que agora é fruto de uma conquista, naturalmente sustentada pela graça de Deus.

FELIZ ANO NOVO!!!!

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